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24 de agosto de 2006

Enxaqueca e Bipolaridade: Atualização


Quem sofre de enxaqueca sabe o quanto incapacitante é uma crise forte de dor de cabeça e como ela pode alterar o humor e o comportamento da pessoa. Irritabilidade, intolerância extrema, tristeza, ansiedade, agressividade, entre outras reações não são tão incomuns em pacientes que sofrem desse mal.
A enxaqueca é uma dor de cabeça forte que pode durar de 4 a 72 horas, pode ocorrer muito raramente, como uma vez por ano, mas pode ser freqüente, como uma ou mais vezes por semana. Não raramente a enxaqueca se associa a cefaléias de padrão crônico, que ocorrem quase diariamente.
Ela acomete até 18% das mulheres e 6% dos homens na idade adulta, com seu ápice em torno da terceira ou quarta década de vida. A alta prevalência e o acometimento de uma faixa-etária produtiva dá a dimensão do problema de saúde pública que a enxaqueca representa. Pior ainda quando ela está associada com problemas emocionais, como depressão, transtorno do pânico, distúrbios do sono, entre outros. O nível de incapacitação dessas pessoas para o trabalho, para suas atividades sociais e para o convívio familiar pode ser enorme e trazer complicações maiores por um efeito somatório do estresse que essa doença provoca.
A causa exata ainda permanece obscura, mas acredita-se que haja fatores genéticos e metabólicos envolvidos, como distúrbios do metabolismo da serotonina, dopamina, glutamato e noradrenalina no cérebro.
Recentemente pesquisadores vêm encontrando associações entre a enxaqueca e outros diagnósticos, como o Transtorno Bipolar do Humor (TBH). Um estudo do Canadá com 37 mil pessoas encontrou no grupo de pessoas com TBH uma frequência de enxaqueca até três vezes maior do que na população sem TBH. 15% dos homens e 34,7% das mulheres com diagnóstico de TBH tinham enxaqueca, enquanto ela só ocorria em 5,8% dos homens e 14,7% das mulheres sem o transtorno.
A enxaqueca parece ainda ter um efeito negativo em termos prognósticos para o TBH, com cursos mais graves e maior prejuízos para o trabalho e vida cotidiana. A ligação entre as duas doenças ainda não é conhecida, mas pesquisadores desconfiam que essa comorbidade possa identificar um sub-grupo de pacientes bipolares, com mais sintomas ansiosos, sintomas afetivos crônicos e tendência à auto-medicação.
Diante da alta prevalência de enxaqueca entre pacientes com TBH, passa a ser de fundamental importância uma avaliação criteriosa quanto à presença de TBH em pacientes atendidos inicialmente por enxaqueca. Mesmo porquê, a melhora clínica está relacionada ao tratamento combinado da enxaqueca e do TBH nesses pacientes, com pouca resposta terapêutica quando o diagnóstico de TBH não é contemplado.
Por Dr. Leonardo Figueiredo Palmeira