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quero convidá-lo a acessar meu novo site leonardopalmeira.com.br. Lá você vai encontrar todo o conteúdo deste blog além de informações de utilidade pública, um manual prático para pacientes e muitas novidades.

O blog continuará no ar, porém novos artigos serão publicados somente no site oficial. Espero que gostem!

29 de setembro de 2010

Presidenciáveis ignoram a saúde mental


Leiam a carta da Associação Brasileira de Psiquiatria sobre a omissão dos candidatos a presidente em relação aos temas da Saúde Mental. Em agosto o Portal Entendendo a Esquizofrenia enviou carta aos candidatos e somente Plínio Sampaio (PSOL) respondeu às perguntas sobre a assistência psiquiátrica no Brasil. A entrevista dele está aqui no blog e também no Portal!


Provocados pela ABP, os candidatos à presidência mais bem colocados nas pesquisas se omitiram em relação aos seus planos para a saúde mental.

Prestes a eleger um novo Presidente da República, a população brasileira tem o direito de conhecer as propostas de quem se apresenta como seu possível representante durante os próximos quatro anos. Dentro deste raciocínio e para garantir que os seus associados tenham o maior número de informações no que diz respeito às ideias referentes às políticas públicas de saúde mental, a Associação Brasileira de Psiquiatria entrou em contato com os três candidatos que atualmente lideram as pesquisas de intenção de votos: Dilma Rousseff, José Serra e Marina Silva.

Ciente dos compromissos que envolvem os candidatos em uma campanha presidencial foi elaborada uma entrevista com perguntas diretas para, ao mesmo tempo, abordar os principais temas de interesse da Psiquiatria e permitir ao candidato praticidade para atender à solicitação da ABP. O questionário indagou sobre os planos de cada um para melhorar a assistência em saúde mental em geral, suas propostas específicas para o tratamento do crescente número de dependentes em drogas (lícitas e ilícitas), além da avaliação sobre o atual cenário do setor.

Mesmo com a insistência, nenhum candidato se prontificou a abordar o tema. Silenciar-se sobre a omissão destes candidatos, que pretendem liderar o Brasil em seu crescimento em todas as esferas sociais, seria tão, ou mais, preocupante que o silêncio dos presidenciáveis. É obrigação da Associação Brasileira de Psiquiatria representar seus 6 mil associados e fazer valer a sua voz para contribuir para a elaboração e aperfeiçoamento de uma política pública eficaz à prática profissional dos médicos psiquiatras e aos doentes mentais.

Cumprindo com o seu papel, o presidente da ABP, João Alberto Carvalho, se posicionou quanto a insensibilidade dos candidatos com relação ao tema. "A falta de resposta dos candidatos é apenas um sinalizador de como a assistência em saúde mental recebe pouca atenção do Estado. Esta não é a atitude esperada por aqueles que almejam alcançar uma posição de cunho democrático", lamentou.

"Faz parte da nossa consciência que o papel de uma instituição médica não se limita a defender interesses profissionais. É nossa obrigação também atuar para a melhoria da saúde da população. Infelizmente, como é possível perceber, os verdadeiros responsáveis por oferecer cidadania aos brasileiros estão menos preocupados do que os psiquiatras com o bem-estar da sociedade", diz João Alberto Carvalho.

Contudo, o presidente da ABP garante que a instituição não pode se afastar do debate político e insistir em sua permanente luta para aperfeiçoar as políticas públicas relacionadas à saúde mental.

Ele lembra que nos últimos anos a instituição tem lutado pela construção de uma rede de atendimento integrada, balanceada e hierarquizada, como a preconizada pela Organização Mundial de Saúde. Alerta para a importância da atenção primária, aponta equívocos e soluções no tratamento de dependes químicos e discute meios mais efetivos de financiamento, entre outros pontos. Essa discussão, aliás, foi levada ao Ministério Público diante da indiferença do Governo. "Sobretudo sempre procuramos restabelecer o debate pautado por critérios técnicos", resume o presidente da ABP.

Infelizmente, a omissão dos principais candidatos à presidência sobre o assunto não é um bom sinal.
Fonte: Associação Brasileira de Psiquiatria

http://www.abpcomunidade.org.br/clipping/exibClipping/?clipping=12475

Distúrbios durante o sono prejudicam a vida de pacientes


Muito boa a reportagem sobre os distúrbios do sono, vale a pena ler!


Insônia, apneia e parassonias são os mais comuns.

Depois de um dia corrido, nada mais justo que uma boa noite de sono para recuperar as energias. Mas nem sempre dormir é sinônimo de descanso. Muitos motivos atrapalham o repouso: de obstáculos que impedem a passagem de ar pela garganta a distúrbios psicológicos, a insônia pode ter origem das mais variadas.

Ao se deitar, alguns não conseguem dormir. Outros até conseguem, mas, mesmo sem perceber, despertam diversas vezes durante a noite - o que prejudica o descanso e, consequentemente, causa sonolência durante o dia. Os distúrbios são vários, assim como as causas. A insônia, um dos mais comuns, é uma consequência de outros problemas que atrapalham o sono.

Normalmente [a doença] é causada pela correria do dia a dia, que leva à ansiedade, tensões e preocupações que tiram o sono da pessoa – afirma o médico Shigeu Yonekura, neurologista e coordenador do Instituto do Sono, em São Paulo.

Além dos problemas psicológicos relacionados ao estresse, os distúrbios do sono podem também ter origem neurológica ou otorrinolaringológica – especialidade que trata das doenças de ouvido, nariz e garganta.

Problemas psicológicos

Os problemas de ordem psicológica são de diferentes origens, normalmente decorrentes de depressão, ansiedade e/ou estresse. A depressão, por exemplo, pode afetar o sono de duas formas distintas. No frio, a 'depressão de inverno' é uma doença recorrente em muitas pessoas. A temperatura diminui e, também, o ânimo das pessoas, que recorrerem ao sono com maior frequência para se refugiar das infelicidades.

Na depressão 'comum' a dificuldade é em pregar os olhos. Os problemas, assim como quando atingidas por estresse e ansiedade, levam as pessoas a não conseguirem dormir. A preocupação toma conta dos pensamentos, impedindo que o paciente consiga relaxar.

Problemas neurológicos:

Disfunções neurológicas também podem afetar o sono. Alguns distúrbios, como a parassonia, a narcolepsia e a síndrome das pernas inquietas, são os mais comuns.

A parassonia, por exemplo, se dá pela ativação do sistema nervoso central, que pode causar um despertar confuso, sonambulismo, enurese noturna – falta de controle urinário – e terror noturno que, durante a noite, pode provocar reações como agitação extrema, gritos, gemidos, falta de ar e comportamento agressivo e destrutivo.

São situações normais na infância, até os 12 anos mais ou menos, mas depois disso, quando o paciente sente que os sintomas continuam e começam a atrapalhar a vida da pessoa, ela deve procurar tratamento – ressalta o médico.

Outro distúrbio, a narcolepsia, é um tipo de dissonia caracterizada pela falta de controle em se manter acordado. A sonolência diurna chega a tal ponto que a pessoa acaba caindo no sono involuntariamente. É considerada perigosa por afetar o paciente até em tarefas cotidianas, como dirigir, podendo provocar sérios acidentes.

Já a Síndrome das Pernas Inquietas, também de ordem neurológica, causa sensações angustiantes, principalmente na região da panturrilha. O distúrbio - causado normalmente por uma carência de vitaminas, cálcio e magnésio - faz com que as pernas se movimentem muito durante a noite, atrapalhando, assim, o repouso. Em consequência disso, o paciente pode apresentar além de insônia, angústia, sonolência excessiva, cansaço e irritabilidade durante o dia.

Outros Problemas:

Um dos distúrbios mais comuns, a apnéia do sono causa pausas respiratórias que acontecem exclusivamente no sono. Ronco, cansaço e sonolência diurnos e déficit de atenção e memória são alguns dos sintomas, originados por diferentes causas.

Disfunções no sistema nervoso central – a Apnéia Central –, obesidade e hipertrofia da adenóide ou amígdala são os motivos pelos quais a respiração pára. O tratamento pode se dar de forma cirúrgica – com remoção de gordura ou redução dos obstáculos que impedem a passagem do ar – ou métodos alternativos, com aparelhos intra-orais que posicionam a mandíbula mais pra frente.

Outra saída é a utilização da máscara CPAP, um aparelho que estimula a respiração durante o sono – ressalta Yonekura.

Exame:

Para diagnosticar qual problema está afetando o paciente, deve-se fazer a polisonografia, um exame que monitora o sono da pessoa durante uma noite inteira – afirma o médico.

O teste permite verificar potenciais elétricos da atividades cerebral, dos batimentos cardíacos, os movimentos dos olhos, a atividade muscular, o esforço respiratório, a saturação do oxigênio no sangue, os movimentos das pernas e outros parâmetros que vão identificar de qual distúrbio a pessoa sofre.

Fonte: Jornal de Santa Catarina


http://www.clicrbs.com.br/especial/sc/jsc/19,0,3054322,Disturbios-durante-o-sono-prejudicam-a-vida-de-pacientes.html

18 de setembro de 2010

Eleições 2010 - Entrevista com os candidatos - Plínio Sampaio

O Portal Entendendo a Esquizofrenia enviou aos candidatos a Presidente da República uma carta com perguntas sobre as suas propostas para a área de Saúde Mental (leia a carta enviada por e-mail). O Blog do Dr Leonardo Figueiredo Palmeira publica a entrevista com o candidato do PSOL.



Plínio Arruda Sampaio - PSOL

Portal: O Brasil enfrenta uma crise na rede hospitalar especializada (hospitais psiquiátricos), com redução de leitos que possam atender à população nos casos de urgência. Os hospitais gerais estão longe de suprir esta carência, pois a grande maioria não conta com alas psiquiátricas. Qual a sua proposta quanto aos leitos psiquiátricos?

Plínio: A situação da falta de leitos está diretamente ligada com o descompromisso das prefeituras, estados e do governo federal que com a criação dos CAPS (Centro de Atenção Psicossocial) passaram a desativar os hospitais psiquiátricos sem, no entanto, abrir vagas suficientes nos CAPS para atender a esta demanda. Resultado disso é que hoje temos muitas pessoas que não tem acesso a um tratamento adequado por descompromisso público.

Neste sentido pretendo promover a construção de CAPS como política mais humana para aqueles que sofrem de doenças mentais, reservando os hospitais públicos para aqueles casos mais graves, onde o paciente corre o risco de se automutilar, cometer suicídio ou matar outras pessoas.

Entendo que se constituem como uma alternativa ao modelo centrado no hospital psiquiátrico, caracterizado por internações de longa permanência e regime asilar. Os Centros de Atenção, ao contrário, permitem que os usuários permaneçam junto às suas famílias e comunidades.
Portal: Os CAPS (Centro de Atenção Psicossocial) estão sobrecarregados e muitos perderam sua característica inicial de espaço para reabilitação psicossocial de pacientes com transtornos mentais graves, funcionando como grandes ambulatórios. Qual a sua proposta para os CAPS e para os ambulatórios especializados?

Plínio: A criação dos CAPS foi um avanço na legislação brasileira, fruto de muita luta do movimento da luta anti-manicomial. No entanto, como já citei na resposta anterior, nenhuma das esferas do poder público criaram CAPS suficientes. É claro que o CAPS também tem suas contradições, por isso também pretendo junto com os movimentos e intelectuais da área avançar sempre em uma política de saúde mental que trate o doente como pessoa que não precisa ser privada do convívio social.

Portal: Sabemos que o tratamento da esquizofrenia e de outros transtornos mentais graves muitas vezes requer medicamentos modernos e de alto custo. O governo federal desenvolveu um programa de dispensação de medicamentos especiais, mas sabemos que a sua abrangência ainda está longe da ideal, poucas pessoas têm acesso e em alguns estados existe uma burocracia imensa para consegui-los. Qual a sua proposta no que diz respeito aos medicamentos de alto custo?

Plínio: Minha proposta no que diz respeito ao acesso a medicamentos é a mesma com relação a todo o sistema de saúde. O que acontece hoje é que a maioria dos remédios é muito caro e o estado não provem esses medicamentos para quem não pode pagar. Cria-se então um muro que por muitas vezes determina quem morre e quem vive.

Para acabar com essa divisão defendo um sistema socializado de medicina, onde tanto o pobre quanto o rico tenham acesso a mesma medicina e aos mesmos medicamentos providos pelo Estado e isso vale para os medicamentos de transtornos mentais graves, independente do preço. Saúde é um direito de todos e não pode servir para obtenção de lucro.

Portal: Sabemos que a recuperação de uma pessoa com transtorno mental grave depende também do combate ao estigma e ao preconceito na sociedade, para que eles possam ter maior oportunidade em sua comunidade, como trabalho e vida social. Outros países têm uma participação mais ativa no sentido de promover campanhas sociais antiestigma, informando a população e combatendo os muros do preconceito. Qual a sua proposta no combate ao estigma e ao preconceito da doença mental?

Plínio: O manicômio é expressão de uma estrutura, presente nos diversos mecanismos de opressão desse tipo de sociedade. A opressão nas fábricas, nas instituições de adolescentes, nos cárceres, a discriminação contra negros, homossexuais, índios, mulheres. Lutar pelos direitos de cidadania dos doentes mentais significa incorporar-se à luta de todos os trabalhadores por seus direitos mínimos à saúde, justiça e melhores condições de vida.
Portal: Por fim, como o senhor avalia a atual situação da assistência psiquiátrica no Brasil?

Plínio: Como já expressei em minhas repostas anteriores a assistência psiquiátrica é muito precária no Brasil, precisamos evoluir muito nessa área e pretendo junto com conselhos da área, o movimento de luta anti-manicomial travar um luta contra e exclusão dessa população, promovendo a inclusão desses cidadãos na sociedade.