VISITE MEU NOVO SITE!

Caro Leitor,

quero convidá-lo a acessar meu novo site leonardopalmeira.com.br. Lá você vai encontrar todo o conteúdo deste blog além de informações de utilidade pública, um manual prático para pacientes e muitas novidades.

O blog continuará no ar, porém novos artigos serão publicados somente no site oficial. Espero que gostem!

25 de junho de 2009

Entrevista no Programa do Jô - 22/06

Programa do Jô – Entrevista sobre Esquizofrenia

Primeira Parte:



Segunda Parte:

22 de junho de 2009

Programa do Jô


Ser entrevistado pelo Jô foi, além de uma honra, uma grande celebração do nosso trabalho. Quando recebi o convite, foi difícil acreditar que aquele projeto que surgiu em 2000 em uma pequena sala do Centro Psiquiátrico Rio de Janeiro (CPRJ), com apenas cinco famílias, se tornasse tão frutífero e bem sucedido. O livro já era em si uma grande realização, com a possibilidade de ampliar nosso trabalho, que atendeu dezenas de famílias durante sete anos no CPRJ, para um maior número de pessoas em todo país. O Portal Entendendo a Esquizofrenia, inspirado no livro e no programa de psicoeducação, também foi um projeto ousado, já que não existia um site sobre a doença com esse nível de informação na internet. No segundo mês o portal teve mais de mil acessos e, no terceiro, bateu 5 mil visitantes! É muito gratificante saber que a informação está chegando a um número crescente de pessoas, ajudando as famílias e os portadores de esquizofrenia a conviver melhor.

Mas a entrevista no Programa do Jô teve um sabor especial. Pelo seu prestígio, seriedade e alcance público foi para mim a consagração do nosso trabalho. Um grande presente e reconhecimento pelos anos de trabalho e dedicação. Não posso deixar de agradecer a todos os familiares com quem tivemos a sorte de dividir histórias e experiências e que muito nos ensinaram. Sem eles nada disso seria possível. Sou muito grato ao Dr. Alexandre Keusen, diretor do CPRJ até 2008, grande incentivador e orientador de nosso programa, que me presenteou com o trabalho mais gratificante em meus dez anos de psiquiatria. Agradeço também à Dra. Marcia Rozenthal, com quem muito aprendi sobre a esquizofrenia nos sete anos de pesquisa no programa de Esquizofrenia e Cognição do Instituto de Psiquiatria da UFRJ.

Tenho a cada dia a convicção de estarmos prestando um serviço de grande interesse público e social. Meu foco sempre foi o bem estar do paciente e de sua família e, além do que posso fazer como médico, minha missão também é levar o conhecimento e aconselhar as pessoas que hoje se sentem perdidas, sem saber como lidar com a doença. Como diz uma irmã de um paciente, “a família precisa de um pouco de luz para não lidar às cegas com a doença”.

14 de junho de 2009

Abuso de drogas e substâncias psicoativas na Esquizofrenia




Do portal Entendendo a Esquizofrenia



Um artigo da psiquiatra Nora Volkow, diretora do Instituto Nacional para Abuso de Drogas dos EUA, publicado na edição de maio de 2009 da revista Schizophrenia Bulletin, chama a atenção para a crescente comorbidade (i.é. associação de duas doenças) entre Dependência Química e Esquizofrenia. Um levantamento nacional a respeito do uso de drogas nos EUA em 2007 revelou o aumento da prevalência de abuso de substâncias, como álcool, nicotina, maconha e cocaína, entre esquizofrênicos em até 100 vezes superior à população geral (veja a tabela).

Quase metade dos esquizofrênicos apresenta em algum momento de sua vida história de uso ou abuso de substâncias, índice bem superior à população geral, o que sugere que esquizofrênicos estejam expostos a outros fatores de risco além daqueles presentes na população. Os mecanismos por trás dessa comorbidade ainda não são bem conhecidos, mas acredita-se que envolvam distúrbios químicos cerebrais, como os relacionados à dopamina, glutamato, aos receptores nicotínicos e canabinóides (da maconha).


Uma das explicações para o abuso de substâncias em esquizofrênicos é a busca de alívio para efeitos colaterais dos antipsicóticos, como a falta de prazer, em função do bloqueio de dopamina em regiões cerebrais envolvidas com mecanismos de recompensa ou para compensar déficits cognitivos. O problema é que o uso crônico da droga exacerba os sintomas negativos e cognitivos, prejudicando ainda mais a recuperação da pessoa no sentido de uma vida produtiva e plena.


A nicotina é a droga mais prevalente entre esquizofrênicos, em parte por ser legal e pela facilidade de acesso, mas também porque o efeito da nicotina no cérebro pode aliviar alguns déficits cognitivos. Há estudos que sugerem que esquizofrênicos têm receptores nicotínicos menos funcionais e em menor número do que pessoas saudáveis e isso explicaria a melhora da cognição provocada pela nicotina (o que não ocorre com os demais fumantes).


O uso da maconha também é freqüente e ela possui o pior efeito dentre todas as demais. Estudos com ressonância magnética mostraram que com o uso de maconha a perda de substância cinzenta cerebral é até duas vezes maior do que o habitual num período avaliado de 5 anos. Uma das explicações para o uso da maconha é melhorar o controle emocional em situações de estresse, devido ao seu efeito nos receptores canabinóides cerebrais.


Os fatores genéticos e ambientais que contribuem para a esquizofrenia também estão envolvidos na dependência de substâncias. Genes que regulam a neuroplasticidade e o desenvolvimento cerebral, como o gene Neuroregulina 1, podem estar implicados nas duas patologias. Fatores psicossociais como educação e desemprego podem aumentar a comorbidade e ambas as doenças estão relacionadas a uma maior exposição e menor tolerância ao estresse, o que agrava as duas condições.


Algumas pesquisas sugerem que antipsicóticos de segunda geração podem ser mais eficazes no tratamento da dependência química associada à esquizofrenia, assim como terapias comportamentais que aliem abordagens às duas doenças. Mas existe uma grande carência de profissionais e serviços especializados no tratamento das duas condições em conjunto.

8 de junho de 2009

Artigo no Jornal O DIA


Leiam o artigo que escrevi e que foi publicado hoje na coluna de opinião do jornal O DIA, "Esquizofrenia e Tabus", e depois deixem seus comentários!

6 de junho de 2009

Notícias sobre Esquizofrenia - Maio/09


Do Portal Entendendo a Esquizofrenia


22/05/2009 – Promessa de um novo antipsicótico para 2010 - Um medicamento antipsicótico ainda em fase experimental chamado lurasidona mostrou-se eficaz em estudos de fase III (para aprovação é necessário passar da fase IV) em pacientes com esquizofrenia aguda. A medicação teve perfil de tolerabilidade favorável, com pouco impacto no ganho de peso e aumento de lipídios do sangue. A lurasidona parece se diferenciar dos demais antipsicóticos por ter uma afinidade maior sobre receptores de serotonina e, por isso, maior eficácia nos sintomas negativos, cognitivos e de humor. Existe a expectativa da substância ser aprovada para uso comercial já em 2010 (MedPageToday)... Leia Mais.

11/05/09 – A genética desafia o pensamento psiquiátrico tradicional - “O pensamento do século XIX sobre a esquizofrenia e o transtorno bipolar (TBH) precisa ser abandonado se a psiquiatria quiser progredir.” A afirmação é do psiquiatra e professor da Universidade de Cardiff, Inglaterra, Dr. Nick Craddock, em encontro da Sociedade de Bioquímica. “Durante mais de 100 anos o entendimento geral era de que esquizofrenia e transtorno bipolar eram doenças completamente separadas. Evidências recentes, particularmente da genética molecular, mostram que esta situação não é tão simples e que existem genes comuns às duas doenças”, complementa. As duas doenças têm forte associação genética e os genes até agora encontrados não são específicos a uma ou outra categoria diagnóstica. Um exemplo é a variação genética ZNF804A, que está associada a um risco aumentado tanto para o TBH como para a esquizofrenia, e outras variações mais raras que estariam associadas ao risco de autismo, epilepsia e esquizofrenia. Isso explicaria, em parte, a confusão diagnóstica em alguns pacientes, que recebem os dois diagnósticos (TBH e esquizofrenia) em momentos distintos de suas doenças ou então diagnósticos intermediários como o Transtorno Esquizoafetivo, por exemplo. “É necessário pensar além dos critérios diagnósticos e considerar como variações da biologia e das funções cerebrais levam a uma enorme diversidade clínica em pacientes com doenças psiquiátricas.”, conclui o professor Craddock. Os estudos genéticos ainda estão em fase inicial. Além de se descobrir as variações genéticas associadas aos diferentes diagnósticos, é fundamental compreender em que processos esses genes interferem e que conseqüências existem para o funcionamento cerebral (MedialNewsToday)... Leia Mais.

07/05/09 - FDA aprova nova substância para o tratamento da esquizofrenia - O FDA (Food and Drug Administration), órgão regulador de medicamentos nos EUA, aprovou a substância Iloperidona (Fanapt) para uso na esquizofrenia. O medicamento é considerado um antipsicótico de segunda geração, com ação em receptores de dopamina e serotonina, com boa tolerabilidade, baixos índices de efeitos extrapiramidais (impregnação) e de ganho de peso (Forbes)...Leia Mais

06/05/09 - Caminhada pela Esperança na Esquizofrenia - Uma caminhada pela esperança na esquizofrenia está sendo organizada pela Sociedade de Esquizofrenia de Ontário, Canadá, para o próximo dia 24 de maio. Trata-se de um dia para a comunidade celebrar a esperança e receber informações sobre a esquizofrenia. Estão sendo aguardadas mais de 200 pessoas para a caminhada que, ao final, terá churrasco, gincanas e distribuição de prêmios. “Junte-se a nós nesta caminhada para ajudar no combate ao estigma e para educar nossa comunidade sobre a esquizofrenia. Através de um gesto simples você fará uma enorme diferença na vida de outras pessoas!”, diz a convocação (ChatamDailyNews.ca)... Leia Mais.

04/05/09 – Bullying pode desencadear problemas mentais na adolescência - Um estudo da Universidade de Warwick, Inglaterra, revela que crianças vítimas de bullying aos 8 ou 10 anos estão duas vezes mais propensas a desenvolver sintomas psicóticos na adolescência. O risco é maior nos casos de bullying crônico ou grave. O estudo publicado neste mês na revista Archives of General Psychiatry acompanhou mais de 6400 crianças, dos 7 aos 13 anos de idade. Bullying, termo que não tem tradução em português, caracteriza-se por atitudes negativas praticadas por estudantes a uma criança, como humilhações, hostilidades, ofensas à imagem e à honra, praticadas geralmente no ambiente escolar, mas podendo acontecer em outros espaços e na internet. Os resultados mostraram que 46% das crianças sofreram bullying entre 8 e 10 anos de idade, destes 5,6% tinham um ou mais sintomas psicóticos aos 13 anos. Os pesquisadores alertam para o fato de que bullying crônico ou grave alteram a forma como o cérebro processa e responde ao estresse, podendo desencadear transtornos mentais, entre eles a esquizofrenia, em crianças geneticamente predispostas (WebMD)... Leia Mais.