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Caro Leitor,

quero convidá-lo a acessar meu novo site leonardopalmeira.com.br. Lá você vai encontrar todo o conteúdo deste blog além de informações de utilidade pública, um manual prático para pacientes e muitas novidades.

O blog continuará no ar, porém novos artigos serão publicados somente no site oficial. Espero que gostem!

26 de janeiro de 2010

Notícia: remédio mais popular para emagrecimento, a sibutramina, tem sua venda proibida na Europa

A notícia saiu no jornal O Globo de hoje (26/01/10) e alerta para riscos de infarto e derrame causados pela sibutramina. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) irá analisar até o final desta semana se também proibe a venda da substância no Brasil, atualmente a lider de vendas para emagrecimento. Nos EUA, o FDA, órgão regulador, restringiu a prescrição de sibutramina e alertou os médicos sobre possíveis riscos à saúde.

Leiam a notícia do site O Globo:

A Agência Europeia de Medicamentos proibiu esta semana a venda da sibutramina, atualmente a droga para emagrecer mais usada no Brasil e nos Estados Unidos, de acordo com informações do British Medical Journal (BMJ). Nos EUA, o medicamento teve sua venda restrita em dezembro após uma avaliação da Food and Drug Administration (FDA), que observou que a droga aumenta o risco de infartos e derrames.

Segundo a agência europeia, os riscos da sibutramina superam seus benefícios. Junto com a proibição, foram divulgados dados do estudo "sibutramine cardiovascular outcomes trial (SCOUT)", que mostrou que o risco de infarto do miocárdio aumenta 16% em pessoas que tomam o medicamento. Em artigo publicado no BMJ, os pesquisadores da Agência Europeia de Medicamentos afirmam que "médicos não devem mais prescrever este medicamento, e farmacêuticos não devem tê-lo em estoque. Pacientes que tomam a sibutramina devem consultar um médico e discutir formas alternativas de perder peso".

Fonte:

http://oglobo.globo.com/vivermelhor/mat/2010/01/25/sibutramina-remedio-de-emagrecimento-mais-popular-no-mundo-tem-venda-proibida-na-europa-915698597.asp

EM TEMPO: A ANVISA DECIDIU NÃO PROIBIR A SIBUTRAMINA NO BRASIL, MAS PROPÔS ALGUMAS RESTRIÇÕES:

A partir da análise do estudo, a Anvisa recomenda a contra indicação do uso de medicamentos à base de sibutramina para pacientes com perfil semelhante aos incluídos no estudo SCOUT:

a) Pacientes que apresentem obesidade associada à existência, ou antecedentes pessoais, de doenças cardio e cerebrovasculares;


b) Pacientes que apresentem Diabetes Mellitus tipo 2, com sobrepeso ou obesidade e associada a mais um fator de risco para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares.

A Anvisa, por meio da Câmara Técnica de Medicamentos (Cateme) fará nova avaliação do estudo, com o objetivo de investigar os níveis de segurança do medicamento em pacientes com perfis distintos dos já estudados. Essa avaliação poderá levar a Agência a determinar outras medidas restritivas ao uso da substância.

Fonte: site ANVISA

22 de janeiro de 2010

Leite materno previne problemas mentais em crianças


Sempre é bom lermos estudos que comprovam aquilo que todos já imaginavam. A amamentação é fundamental para a saúde psíquica de uma criança, inclusive com repercussões positivas para a vida adulta. A Organização Mundial de Saúde recomenda a amamentação exclusiva até os 6 meses de idade e depois até os 2 anos de idade.


Bebês amamentados por mais de seis meses apresentam melhor saúde mental

Estudo feito por pesquisadores australianos diz que o leite materno protege as crianças de transtornos mentais, como depressão, ansiedade, problemas de comportamento, entre outros. Eles afirmam que bebês amamentados por mais de seis meses apresentam melhor saúde mental.

Uma hipótese é que o contato com a mãe tem um efeito positivo no desenvolvimento de aspectos neuroendócrinos necessários à resposta ao estresse (fator de risco para danos psiquiátricos). Outra explicação é que o leite materno tem ácidos graxos e componentes bioativos essenciais para o desenvolvimento.

A equipe de Wendy Oddy, do Instituto Telethon de Investigação da Saúde Infantil, iniciou a pesquisa em 1989, acompanhado 2.900 mulheres na metade da gestação. Os autores anotaram todos os dados da família e a forma de alimentação dos bebês (leite materno ou artificial) e período de amamentação. De 2.366, 11% não receberam leite do peito; 28% tomaram leite materno de seis meses a 12 meses, e 24% mais de um ano.

As mães mais jovens, com 12 anos ou menos de estudos, mais estressadas e que fumaram durante a gravidez estão no grupo que deram o peito por menos de seis meses. E, segundo os autores, um curto período de amamentação está relacioanado com aumento da incidência de doenças mentais.


Fonte: O Globo, 19/01/10

18 de janeiro de 2010

Entendendo a Esquizofrenia agora no Twitter


Você pode acompanhar o blog e o Portal Entendendo a Esquizofrenia agora também pelo Twitter. Basta acessar:




12 de janeiro de 2010

Avalie seu temperamento e participe da pesquisa online.

Esta é uma pesquisa séria do grupo do Dr. Diogo Lara, da PUC de Porto Alegre, e que quer avaliar o temperamento dos brasileiros para relacioná-lo aos principais distúrbios mentais.

Foi baseado em um de seus livros, Modelo de Raiva e Medo, que desenvolvi o teste de temperamento deste blog. É muito útil na prática clínica conhecer melhor o temperamento do paciente. Isso ajuda no tratamento, tanto psiquiátrico como psicoterápico, como orienta o paciente quanto aos pontos fortes e fracos que precisam ser melhorados para uma vida mais tranquila e feliz.

A pesquisa está disponível pela internet e recomendo a todos que participem. Basta acessar www.temperamento.com.br

Veja abaixo a reportagem que foi ao ar hoje no Jornal Hoje, da TV Globo.



Médicos brasileiros estão desenvolvendo uma pesquisa que pode ajudar no tratamento de doenças comportamentais, como depressão, ansiedade e estresse. O estudo procura voluntários em todo país. Você pode participar de casa porque as informações são colhidas pela internet. E você recebe, de graça, a avaliação de uma equipe médica.

Os médicos já sabem: de 35% a 50% da população têm algum tipo de transtorno psiquiátrico. O problema é que a maioria não procura ajuda por falta de informação ou preconceito.

“Cada vez mais estão surgindo evidências de que o comportamento da pessoa, seu jeito de ser, está relacionado com as doenças mentais que a pessoa pode vir a manifestar e também com a forma que essa doença se manifesta na pessoa”, esclarece Gustavo Ottini, psiquiatra.

E há vários tipos de transtornos. Por exemplo, 10% da população já teve ou terá depressão ao longo da vida. Mulheres, pessoas com stress provocado por doenças ou que tiveram perdas em geral, como relacionamentos ou trabalho são as mais afetadas. Elas apresentam sintomas como falta de vontade, tristeza e perdem o prazer em atividades que antes gostavam de realizar.

Entre os homens a irritabilidade também chama a atenção e para saber como o temperamento influencia ou é influenciado pelos transtornos psiquiátricos um grupo de pesquisadores da PUC, de Porto Alegre, criou uma pesquisa na internet.

Qualquer pessoa com mais de 18 anos pode participar. Bastar ter um computador ligado à internet e um endereço eletrônico. O voluntário não precisa se identificar. E depois de responder o questionário, ele recebe na hora uma avaliação psicológica.

Uma espécie de mapa comportamental. A pessoa fica sabendo como estão os níveis de medo, sensibilidade, controle, vontade, se está ansioso, apático. Um diagnóstico rápido que pode servir para o início de um tratamento. A ideia é coletar os dados de 50 mil voluntários. Para os médicos, a estatística final pode ajudar nos consultórios.

“A escala de temperamento que a gente desenvolveu pode ser útil depois para consultórios de psicólogos e psiquiatras para antecipar o perfil do paciente e de que maneira aquela pessoa pode ter mais ou menos chances de desenvolver os transtornos psiquiátricos. Então abreviaria e ao mesmo tempo deixaria mais completa a avaliação, em pouco tempo”, diz Diogo Lara, psiquiatra.

Heloísa comemora os avanços que teve depois que descobriu e começou a tratar a depressão. Para ela, se conhecer é o primeiro e mais importante passo para viver melhor. “Tem coisas que são do temperamento, que de repente é normal. E outras que seriam transtornos psiquiátricos e a pessoa já vai se encaixar nisso e talvez procurar ajuda. Fica muito mais fácil”, comenta Heloísa Galvão, aposentada.

Fonte: Site G1 - Jornal Hoje - 12/01/2010

11 de janeiro de 2010

Nem tudo é depressão.

Vale a pena ler o texto do juiz Afif Simões Neto, publicado no jornal Zero Hora do dia 05/01/10, que aborda como a depressão caiu no senso comum das pessoas.


Tristeza já era. Agora tudo é depressão


Afif Simões Neto, juiz de Direito.

Faleceu a estimada tristeza, uma senhora de gestos comedidos, vestimenta adequada às circunstâncias, exemplo de sobriedade. Não se dá mais o direito ao necessário exílio voluntário, à espera de que o desencanto decorrente de algum infortúnio pessoal vá embora tal como de manso se chegou. Antes, quando os anos transcorriam a passo de boi de canga, a melancolia era encarada como um estado de espírito variável, influenciado inclusive pela mudança da lua, das estações, da chegada esguia do vento norte.

Agora tem sempre por perto um entendido em curto-circuito mental para sentenciar: o que tu tens é um profundo quadro de depressão. Pra quê! Começa aí, caso o veredicto seja aceito sem o esboço da reação, a vagarosa caminhada em direção ao autoaniquilamento, triste fim para quem estava apenas triste com determinado fim.

Nos memoráveis tempos da brilhantina, se um sujeito levava da namorada um bicudo bem dado no traseiro, recolhia-se em copas, tomava de dois a três porres bem tomados e partia pra outra, sem muita encucação ou crises existenciais. Era bola pra frente e zero a zero no placar do jogo temerário do amor. Hoje, a perda da mulher amada exige acompanhamento psicológico e psiquiátrico, como se dor de guampa pudesse ser curada com antidepressivos ou conversa no divã. Virou chiquérrimo estar deprimido. Coisa de gente endinheirada, dos famosos da televisão, de quem tem café no bule. Ou vocês conhecem um único auxiliar de pedreiro – também conhecido nas hostes da construção civil como meia-colher – que padeça desse mal? Pobre tem outras preocupações, incuráveis todas elas sob o ponto de vista da medicina ortodoxa. Pagar a conta da água, da luz, de arrumar comida pra miuçalha que berra de fome, isso quando ainda existe gás no bujão.

Mas é nos velórios que aflora toda a tristeza geneticamente escandalosa daquela gente humilde que o Chico cantou como perito. Grita, sapateia, abraça o morto com caixão e tudo. Na hora de fechar a tampa, acena com a possibilidade de ir junto, ainda que o espaço na condução seja reduzido. Passada a fase do luto fechado, a vida vai adquirindo aos poucos o seu tranco rotineiro, dispensada a ajuda da indústria farmacêutica. Já o esnobe abonado emergente – ou o que se acha como tal – sai direto do cemitério para a sala de espera dos consultórios médicos, devidamente “paleteado” por algum membro da família. E, então, dê-lhe se entupir de remédios de tarja preta, cujos efeitos colaterais transformam-se lentamente na própria depressão que se pretende combater. É a degradação causada pela cura. Troço meio doido, mas é assim mesmo que funciona, embora simplória a comparação.

Sobre isso, a propósito, li um comentário na internet muito interessante. Um cara deu a ideia – coisa de gênio – de que a sociedade politicamente organizada bem que poderia treinar pobres para ajudar ricos deprimidos a ficarem curados! Assim, pelo menos criaria emprego e geraria renda para a penúria dos casebres. Além do bolsa-família e do vale-pílula, haveria o bolsa-banzo!

Sem querer me tornar presunçoso, a figura do violão é capaz de explicar essas diferenças anímicas. Qualquer música pode-se tirar das cordas tangidas, desde a valsa dolente até um limpa-banco, de acordo com a vontade de quem a faz ressoar. Enquanto a corda estiver inteira, haverá ruído, harmonioso ou desagradável ao ouvido, divertido ou tristonho. Mas quando a corda explodir, não adianta nem tentar amarrar a parte rompida, pois a sonoridade foi pro saco. Isso seria a depressão. A corda que se rompe sem conserto. O som que se cala. Antes que tal aconteça, toca a vida como se fosse a corda que ainda vibra. Não esperes que ela arrebente nos teus dedos...

Drogas contra depressão são pouco eficazes em caso leve a moderado

Esta notícia foi publicada no último dia 7 por alguns jornais e na internet. A fonte que cito é o Globo Online. Serve de alerta à população que faz uso indiscriminado de antidepressivos, com certeza não se refere às pessoas que estão se tratando adequadamente com seus médicos. Mas vamos abordar mais este tema aqui no blog este mês. São muitos os pacientes que me procuram após anos de antidepressivos sem uma melhora clara e isto merece mais reflexão de nós profissionais.

Nova investigação é a primeira a analisar as respostas de centenas de pessoas em tratamento de sintomas moderados

Veículo: O Globo Online
Seção: Viver Melhor
Data: 07/01/2010
Estado: RJ

NOVA YORK - Algumas drogas amplamente receitadas para aliviar os sintomas de depressão não são mais eficazes do que placebos na maioria dos casos, segundo uma nova pesquisa publicada na revista da Associação Médica Americana.

Os resultados do estudo, realizado nos EUA, podem ajudar a esclarecer o longo debate sobre o uso de antidepressivos, embora os autores não afirmem que esses medicamentos são inúteis para indivíduos com depressão moderada a grave. Porém, a nova investigação é a primeira a analisar as respostas de centenas de pessoas em tratamento de sintomas moderados.

- O estudo pode diminuir o entusiasmo com relação a antidepressivos, o que pode ser uma coisa boa - diz o psiquiatra Erick H. Turner, da Universidade de Ciência e Saúde do Oregon. - As expectativas das pessoas para as drogas não serão tão elevadas, e os médicos não serão surpreendidos se não conseguirem curar todos os pacientes com medicamentos.

Foram revistos seis grandes estudos sobre o tema
Mas Turner diz que os resultados não devem desestimular pacientes, a ponto de se recusarem a tentar tratamento com esse tipo de droga. A equipe - incluindo psicólogos que defendem a terapia e médicos ligados a fabricantes de medicamentos - avaliou seis grandes estudos clínicos, feitos com 728 homens e mulheres; metade deles com depressão grave e a outra parte com sinais moderados.

Três dos ensaios foram com o Paxil, da GlaxoSmithKline, um inibidor seletivo da recaptação da serotonina (SSRI, sigla em inglês), como o Lexapro e o Prozac etc, e os outros três com imipramina, genérico mais antigo da classe dos triíclicos. O grupo, liderado por Jay C. Fournier e J. Robert DeRubeis, da Universidade da Pensilvânia, descobriu que, comparados com placebos, as drogas causaram alívio mais acentuado nos sintomas de depressão grave, com pontuação de 25 ou mais na escala padrão de gravidade. Pacientes com pontuação inferior a 25 tiveram pouco ou nenhum benefício adicional.