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27 de setembro de 2011

Antipsicóticos surgem como alternativas eficazes no tratamento dos transtornos de humor



Os antipiscóticos de segunda geração acumulam evidências crescentes de sua eficácia no tratamento dos transtornos de humor, bipolar e unipolar (depressão maior), através de inúmeras pesquisas na última década. Farmacologicamente este fenômeno pode ser explicado pela atuação desses medicamentos em receptores serotoninérgicos (estimulando a produção de serotonina), o que os diferencia dos antipsicóticos mais antigos, conhecidos como típicos ou de primeira geração, cujo protótipo mais conhecido é o haloperidol, que age somente em receptores de dopamina. O efeito in vivo dessas substâncias, entretanto, pode ser bem mais abrangente, atuando inclusive em outros sistemas de neurotransmissão, como glutamato (sistema menos conhecido, mas de grande importância para a psiquiatria).

Tanto o Congresso da Associação Americana de Psiquiatria (APA – Hawaii) como o Congresso da Associação Mundial de Psiquiatria (WPA – Buenos Aires) neste ano deram destaque ao tema em diferentes mesas redondas. A ideia é que os antipsicóticos de segunda geração sejam uma alternativa aos antidepressivos e estabilizadores de humor quando o paciente não responde ao primeiro medicamento. Alguns estudos têm demonstrado que um dos fatores que compromete a resposta terapêutica a longo prazo e deixa o paciente em risco de uma recaída é a presença de sintomas residuais, ou seja, sintomas depressivos, ansiosos, hipomaníacos ou mistos, mesmo com o uso do estabilizador de humor ou do antidepressivo.

O tempo de resposta também parece ser importante, sendo a demora na resposta terapêutica um fator preditivo de pior recuperação do episódio. Assim sendo, a alternativa de um antipsicótico de segunda geração deve ser considerada tão logo se observe que a resposta ao primeiro medicamento é inadequada.

Essas evidências têm encontrado respaldo de órgãos regulatórios, como o FDA (EUA) e o Ministério da Saúde (Brasil), que já autorizaram alguns medicamentos antipsicóticos de segunda geração a incluírem em bula as indicações para o tratamento dos transtornos de humor, por ora ainda restritos ao Transtorno Bipolar, em fases distintas como mania e depressão. Porém existe a expectativa de que em breve já conste a indicação do tratamento combinado para depressão maior na bula de algumas substâncias.

O efeito que essas medicações possuem na estabilização do humor e no controle da ansiedade pode ser um adicional interessante para pacientes que não conseguem atingir a estabilidade com o uso de antidepressivos ou estabilizadores de humor isoladamente.

Um problema na prática clínica é que muitos pacientes são resistentes ao uso dessas medicações por sua associação com o tratamento da esquizofrenia (primeira indicação em bula e patologia para a qual esses medicamentos foram inicialmente desenvolvidos ou estudados).

Um problema comum na psiquiatria e ao qual já fiz algumas referências aqui no blog é que o nome das classes medicamentosas dos psicofármacos é inadequada e confunde mais o paciente. Um exemplo clássico é o da classe dos antidepressivos: reúne substâncias com diferentes mecanismos de ação e com várias indicações que não somente a depressão, pois são muito utilizados no tratamento do pânico, da ansiedade, do TOC, do estresse pós-traumático, etc. Então deveriam ser chamadas também de anti-pânico, anti-obsessivos e assim por diante. O mesmo em relação aos estabilizadores de humor e antipsicóticos, cujo uso hoje extrapola os limites dos diagnósticos para os quais foram desenvolvidos ou estudados.

O que parece um mero detalhe traz um obstáculo para a prática dos consultórios, pois muitos pacientes acabam fantasiando, acreditando que possam ter um problema psiquiátrico mais grave, ou pensando que podem ficar com alguma sequela do tratamento. Poucos compreendem que sequelas ocorrerão se não tratarem adequadamente o transtorno de humor no presente, pois estudos já têm demonstrado a associação de depressão e transtorno bipolar ao longo da vida com demência na terceira idade, principalmente quando o controle destes transtornos não é adequado.

Os antipsicóticos de segunda geração são seguros, bem tolerados, causam bem menos sintomas extrapiramidais (conhecidos como impregnação) do que os de primeira geração e pacientes em uso deles conseguem manter suas atividades ou retomá-las sem prejuízos, não se justificando o temor que muitos pacientes têm de ficarem inutilizados pelos seus efeitos adversos.

Abaixo está a lista dos antipsicóticos de segunda geração que podem ser úteis no tratamento dos transtornos de humor e seus respectivos nomes comerciais:

Quetiapina (Seroquel, Kitapen, Quetiapina genérica)

Olanzapina (Zyprexa, Zopix e Olanzapina genérica)

Aripiprazol (Abilify)

Ziprazidona (Geodon)

Clozapina (Leponex)

Amisulprida (Socian)

Paliperidona (Invega)

Risperidona (Risperdal, Riss, Respidon, Risperidon, Zargus, Esquidon, outros, inclusive genéricos)


9 comentários:

Marcio Pereira disse...

Bom dia Dr.,
Tive um problema de aneurisma e passei por uma cirurgia de embolização.
Recentemente o médico solicitou um exame de Tomografia de Crânio e o diagnóstico foi o seguinte:

Encefalomalácia/gliose na coroa radiada frontoperietal esquerda, retraindo o ventrículo lateral ipsilateral.

Há leve ectasia do sistema ventricular supra-tentorial, denotando certo grau de hidrocefalia.

Correlacionar com exames anteriores.

Restante do parênquima cerebral com valores de atenuação dentro dos padrões normais.

Núcleos da base, tálamos e regiões capsulares sem alterações.

Tronco cerebral e hemisférios cerebelares de aspecto anatômico.

Sulcos corticais, fissuras e cisternas da base preservadas.

Não se observam coleções extra-axiais.

O sr. poderia me esclarecer o que isso quer dizer?

Valentona disse...

POSSO TOMAR MEDICAÇÃO SIBUTRAMIJA EM DIAS ALTERNADOS?

CARLA disse...

Olá Doutor,

tem uma pessoa em minha família que faz tratamento para a depressão há 16 anos. Mesmo com medicação, ela tem recaídas. Ela fica boa por um tempo e do nada as crises voltam e depois vão embora. Porém ela teve uma crise mais forte agora e passou a tomar o remédio Olanzapina (Zyprexa)e também toma rivotril. Já faz 1 Mês que ela toma essa medicação e a melhora está muito lenta. Ela anda muito ansiosa e preocupada demais com tudo. O Doutor pode me dizer em quanto tempo será que ela terá uma resposta positiva?
Agradeço muito se puder me responder, obrigado....

Anônimo disse...

Dr. Leonardo Figueiredo Palmeira,

Em quanto tempo pode-se notar melhora com o uso do medicamento Zyprexa. Tenho uma amiga que toma esse remédio há um mês e também faz uso do rivotril e ainda não conseguiu estabilizar sua ansiedade (depressão).

Anônimo disse...

Estou a tomar Seroquel SR 200 mg à noite e 50 mg de manhã. Tenho sentido um aceleramento da pulsação e aumento da tensão arterial. Esta manhã quando sai senti-me acelerada e um pouco descordenada. Devo preocupar-me com o coração, dado o aumento da pulsação para cerca de 80/90 ?

Dr. Leonardo Figueiredo Palmeira disse...

Espera-se que um antipsicotico faça efeito em ate 8 semanas. Um abraço!

Anônimo disse...

Dr.Leonardo
Por favor me ajude , pois tenho uma pessoa na familia que foi diagnosticado como bipolar ,mas na familia tem varios casos de esquizofrenia.
Agora ele esta tomando,
Haldol+ carbolitium + diazepam, mas esses medicamentos os deixa dopado, porém esse é o interesse da familia para que ele fpaase o dia todo dormindo.
A alimentação dele é exagerada, toma muito café, e fuma cigarro, Esses medicamentos + alimentação errada+ fumo,poderá resultar numa bomba e ele ter por exemplo um enfarto ou um problema renal, pois acho que ele estáum pouco inchado.
Aguardo anciosa, uma resposta,
atenciosamente,
Kátia

rodrigo disse...

Dr Leonardo,

Meu filho tem 3 anos e possui atraso no desenvolvimento da fala. Fizemos diversos exames indicados pela neuropediatra, inclusive uma RM de crânio. Todos os exames deram normais, exceto a RM, que apresentou o seguinte laudo:
Conclusão: Exame normal.
Observação: Pequena imagem hiperintensa em T2 e de sinal intermediário em T1 e Flair, de natureza indeterminada, localizada na base do processo pterigóideo à esquerda.
O retorno com a neuropediatra é somente daqui um mês. Estou muito preocupada que ele possa ter algo grave. É possível um diagnóstico com base nestas informações?

Denilson Fernandes disse...

Denílson Disse....
Olá Dr: Leonardo, minha estória é grande. Aos 10 anos apareceu a tal da febre reumatica em mim (sopro no coração) fiquei internado 6 meses devido este problema, dai minha valvula mitral foi infecionada (ficou ossificada) aos 29 fiz a 1ª cirurgia de troca de valvula isso tomando bezentazil, vive os melhores 10 anos da minha vida, em 2001 faço a 2ª cirurgia de troca de valvula mitral, dai em 2007 faço a 3ª cirgugia de valvula mitral e aortica no mès de JUNHO. Neste ano, descrubo que tenho hepatite C já com uma leve cirrose (meus irmaos bebem a cachaça e eu adquiro a cirrose rsss) no mesmo ano tenho uma convulsão e Arritimia passei a ter. E partir dai apareceu essa mancha branca que aparece na ilustração aqui acima (Gliose) que eu vim saber hoje o nome atraves do site do senhor, porque consultei já com 3 neurologistas e nenhum nunca me falou o que era isso e qual o nome e o que significa. Em julho no ano passado 2011 fiz uma tal de Ablação para acabar com a arritimia. Desde de novembro de 2007 e faço uso de CARBAMAZEPINA 3 vezes ao dia. Agora a resposta que nunca me falaram, nem o Cardiologista, nem o Neurologista e nem o Gastrologista. Dr: Leonardo, o senhor pode me responder oriundos de que, que tenho essas Glioses? Detalhe Dr: sempre tive dores de cabeça, teve epocas de bastante intensidade, agora ta menos. Obrigado. Obs: Ja fiz 2 vezes o tratamento para hepatite mais a arritimia nao deixou eu ir ate o fim, agora vou tentar pela 3ª vez.