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14 de junho de 2009

Abuso de drogas e substâncias psicoativas na Esquizofrenia




Do portal Entendendo a Esquizofrenia



Um artigo da psiquiatra Nora Volkow, diretora do Instituto Nacional para Abuso de Drogas dos EUA, publicado na edição de maio de 2009 da revista Schizophrenia Bulletin, chama a atenção para a crescente comorbidade (i.é. associação de duas doenças) entre Dependência Química e Esquizofrenia. Um levantamento nacional a respeito do uso de drogas nos EUA em 2007 revelou o aumento da prevalência de abuso de substâncias, como álcool, nicotina, maconha e cocaína, entre esquizofrênicos em até 100 vezes superior à população geral (veja a tabela).

Quase metade dos esquizofrênicos apresenta em algum momento de sua vida história de uso ou abuso de substâncias, índice bem superior à população geral, o que sugere que esquizofrênicos estejam expostos a outros fatores de risco além daqueles presentes na população. Os mecanismos por trás dessa comorbidade ainda não são bem conhecidos, mas acredita-se que envolvam distúrbios químicos cerebrais, como os relacionados à dopamina, glutamato, aos receptores nicotínicos e canabinóides (da maconha).


Uma das explicações para o abuso de substâncias em esquizofrênicos é a busca de alívio para efeitos colaterais dos antipsicóticos, como a falta de prazer, em função do bloqueio de dopamina em regiões cerebrais envolvidas com mecanismos de recompensa ou para compensar déficits cognitivos. O problema é que o uso crônico da droga exacerba os sintomas negativos e cognitivos, prejudicando ainda mais a recuperação da pessoa no sentido de uma vida produtiva e plena.


A nicotina é a droga mais prevalente entre esquizofrênicos, em parte por ser legal e pela facilidade de acesso, mas também porque o efeito da nicotina no cérebro pode aliviar alguns déficits cognitivos. Há estudos que sugerem que esquizofrênicos têm receptores nicotínicos menos funcionais e em menor número do que pessoas saudáveis e isso explicaria a melhora da cognição provocada pela nicotina (o que não ocorre com os demais fumantes).


O uso da maconha também é freqüente e ela possui o pior efeito dentre todas as demais. Estudos com ressonância magnética mostraram que com o uso de maconha a perda de substância cinzenta cerebral é até duas vezes maior do que o habitual num período avaliado de 5 anos. Uma das explicações para o uso da maconha é melhorar o controle emocional em situações de estresse, devido ao seu efeito nos receptores canabinóides cerebrais.


Os fatores genéticos e ambientais que contribuem para a esquizofrenia também estão envolvidos na dependência de substâncias. Genes que regulam a neuroplasticidade e o desenvolvimento cerebral, como o gene Neuroregulina 1, podem estar implicados nas duas patologias. Fatores psicossociais como educação e desemprego podem aumentar a comorbidade e ambas as doenças estão relacionadas a uma maior exposição e menor tolerância ao estresse, o que agrava as duas condições.


Algumas pesquisas sugerem que antipsicóticos de segunda geração podem ser mais eficazes no tratamento da dependência química associada à esquizofrenia, assim como terapias comportamentais que aliem abordagens às duas doenças. Mas existe uma grande carência de profissionais e serviços especializados no tratamento das duas condições em conjunto.

2 comentários:

jo disse...

Dr. Leonardo, preciso mais uma vez de sua ajuda, meu esposo solicitou um laudo para medica para poder abrir a CAT e ela escreveu o seguinte CID 10 F 41.0/ F 60.4 (pesquisando eu vi que é dramatização/teatralização entre outras que não consigo lembrar) e F 60.3, com uso de clonazepam e de carbonato de litio 900mg, mante4m importante sintomas ansiosoa, ideação (deli) suicida, querelante, comunicação através dos sintomas e auto-agressão, não entendi nada e ela tb não explica a única coisa que eu acho que entendi é que ela quiz dizer que estou dramatizando minha doença, ou representando se for isto mesmo porque ela me receita remédios? Dr. em 2005 eu sofri um assédio sexual por parte de meu gerente (enteri em depressão tomei remédios e fiz sessões psicoterapia), apos tres anos fui mudada de setor onde logo no inicio tive que cobrir as ferias de minha supervisora e não pude comparecer nas aulas da faculdade perdendo assim minha bolsa e o ano letivo, apos algum tempo o gerente da area dispensou minha supervisora colocando uma atendente de telefone (cargo inferior ao meu, que era analista de RH jr) para ser minha supervisora sob ameaça da supervisora e do gerente que se eu não fizesse seria dispensada. Hoje me encontro no estado em que estou devido a estas pressões, não durmo, não consigo comer, tenho medo de andar de carro, agressividade com as pessoas que estão ao meu redor, choro muito, não tenho vontade de falar com ninguem, ja tentei o suicidio por 6 vezes, e agora minha ideia é fixa me vingar de todos que estão me fazendo sofrer. Peço sua ajuda qto ao que esta doutora escreveu pois anteriormente o codigo do meu caso (problema) era 25.1.

grata,
Marta Silva

Dr. Leonardo Figueiredo Palmeira disse...

Marta,

os códigos aos quais se refere são seus diagnósticos segundo sua médica. Eles são baseados no CID X (Código Internacional de Doenças) e concordo que sejam insuficientes ou imprecisos para muitos quadros, mas é o único instrumento que temos na hora de codificar as doenças para fins previdenciários e/ou legais. Existem muitos casos que não se adequam a um ou outro diagnóstico, por apresentarem características comuns a vários outros transtornos. Neste caso, o médico opta pelo diagnóstico que acredita ser mais preponderante. Pessoas são muito mais complexas e não se limitam a listagem de sintomas (os pacientes não leram os manuais diagnósticos!). Por isso existe a diferença entre diagnóstico categorial(uma categoria diagnóstica em detrimento da outra, como está na CID X) e diagnóstico dimensional, que permite ao médico compreender a pessoa com sintomas de dimensões diferentes dentro de um mesmo transtorno. É assim que vejo a clínica. Costumo utilizar o CID X somente na hora de fazer o laudo. Trabalho com diagnósticos dimensionais mais amplos e que permitem uma melhor compreensão da clínica. Não sei avaliar seu caso em particular por não conhecê-la, mas eu não me prenderia tanto aos códigos. Converse melhor com sua médica sobre seu diagnóstico e tratamento. Um abraço!