Um estudo de meta-análise, que avaliou diferentes pesquisas sobre o tema, sugere que o uso de maconha (cannabis) na adolescência está associado a um aumento de 40% do risco de desenvolver psicose na fase adulta. A maconha provoca experiências psicóticas e afetivas transitórias e leves, mas o efeito a longo prazo permanece em questionamento.
Os autores reviram 7 estudos que demonstraram que a ocorrência de psicose (com a esquizofrenia sendo a forma mais grave) foi maior em pessoas que usaram maconha do que naquelas que nunca fizeram uso da droga. Foi encontrado uma relação dose-efeito, ou seja, naqueles que usaram cannabis com maior frequência o risco foi maior.
Entretanto, apesar dessa associação, ainda é precipitado estabelecer uma relação de causa e efeito e não é possível afirmar categoricamente que a maconha cause psicose. Os estudiosos alertam para o risco de pessoas suscetíveis a transtornos mentais graves, como a esquizofrenia, adoecerem após iniciarem o uso da droga, o que poderia não ocorrer se elas a evitassem.
O risco é maior nos adolescentes que usam a maconha e que apresentam alterações de comportamento, do humor ou sintomas psicóticos leves, servindo de alerta para futuro adoecimento. Da mesma forma, a história de psicose e transtornos afetivos na família deve servir de aviso para que medidas terapêuticas sejam adotadas precocemente.
Esses estudos deveriam servir de alerta para as autoridades governamentais que lidam com o assunto para elaboração de políticas públicas de prevenção do uso da droga, bem como a pessoas e organizações da sociedade que fazem apologia à maconha ou que defendem sua descriminalização.
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